Você o coloca seu filho, sua filha em posição de supremacia dentro da família?
Calma, vamos falar sobre as crianças que são tratadas como o “centro das atenções”, como reis e rainhas da casa.
Pra gente responder a esta pergunta, é necessário primeiro entender o que é a infantolatria? É quando os pais ou cuidadores tratam as crianças como “reis ou rainhas”, se tornando súditos e valorizando, excessivamente, suas atitudes ou comportamentos.
Nessa condição, os pais ficam, totalmente, disponíveis aos desejos das crianças, fazendo tudo o que elas querem. Esse tipo de atitude, não gera autorresponsabilidade na criança e a torna um adulto pouco humilde e inflexível. Ela vai internalizando a crença de que todas suas vontades devem ser realizadas.
Esse comportamento dos pais está ligado ao estilo de parentalidade permissivo. Eu falo sobre tipos de perfil dos pais em outro post aqui no Blog. Super recomendo que você leia!
Podemos observar que crianças educadas sem limites se tornam adultos arrogantes e se colocam em uma posição de superioridade em relação às pessoas e, por isso, tendem a passar como um rolo compressor por cima dos outros, sem praticar a empatia.
Já na infância, terão dificuldades de se relacionar, de aceitar a diversidade, de respeitar o próximo e de estreitar amizades, porque existe uma grande possibilidade dessas crianças se tornarem autocentradas e egóicas, ignorando os direitos e desejos dos outros.
Além de se sentirem superiores, como seres de uma categoria acima das demais, acreditam que suas opiniões são a verdade absoluta e todas as suas vontades devem ser atendidas por todos, custe o que custar.
Vale ressaltar que o conceito de “infantolatria” não é um achismo. Trazendo um pouco da história pra você que está aqui comigo. Esse modelo de comportamento foi identificado pelo filósofo suíço Jean Jacques Rousseau, no século 18. Lá, na sociedade da época, os filhos eram vistos como “Deuses” e as mães, como “Santas”. Naquele tempo, a maternidade era tratada, exclusivamente, como uma dádiva de Deus, fazendo referência ao catolicismo e uma analogia à Maria, mãe de Jesus.
Já no século 20, com a entrada da mulher no mercado de trabalho e com todas as revoluções na sociedade, as mães começaram a perder essa posição, digamos assim, “santificada” e essa imagem começou ser dissipada, porque não havia mais espaço pra permanência desse rótulo nas mulheres, tendo em vista todo o processo de emancipação feminino.
Mas o ponto que quero trazer é que, ainda nos dias de hoje, vemos muitas mães e pais mantendo esse padrão de comportamento, devido ao sentimento de culpa que carregam por terem que trabalhar e deixar seus filhos sob a responsabilidade de cuidadores, familiares, creches ou escolas. Os pais se sentem culpados e atendem a todos os desejos dos filhos como compensação.
Contudo gente, é necessário perceber que o mundo mudou e com ele a sociedade. Nesse embalo, as famílias, também, passaram por grandes transformações, alterando as dinâmicas e as relações com os filhos.
Por isso, abrir espaço para a quebra desse padrão de “infantolatria” é importante, não só para o sistema familiar, mas, também, para o desenvolvimento da inteligência emocional das crianças e do pensamento de coletividade, onde não cabe mais olhar somente para o próprio umbigo e egoisticamente. Portanto, se você, pai ou mãe, perceber que seus filhos estão assumindo esse papel de dominância dentro da família, fiquem alertas. Mas como seria isso na prática?
Acontece em situações, quando é a criança que escolhe que passeio a família fará, qual música será ouvida, qual a programação a ser assistida na TV ou, ainda, definem um cardápio único para as refeições... Tais comportamentos são exemplos de que a criança está assumindo o papel de comando sem limites.
Vale ressaltar que, a partir dos 2 anos de idade, a criança já começa a entender essa dinâmica mental e a montar crenças que serão fortalecidas, se a situação perdurar no modelo de educação conduzido pelos responsáveis.
Quando os pais adotam a prática de tratar os filhos como “rei supremos”, correm o risco de criar narcisistas e manipuladores que só enxergam a si mesmos. Além disso, no futuro, a criança pode acusar os pais de omissão, por não terem mostrado a realidade e não ensinarem valores de compartilhamento. Por isso, vale a pena refletir se você está atendendo a todas as vontades dos seus filhos e contribuindo, para que eles sejam adultos inseguros e autocentrados em excesso.
Eu sei que nós queremos fazer e dar o melhor para os nossos filhos. Eu também agia assim com a minha filha e é normal. Muitas vezes, queremos dar mais e mais como forma de compensar algo que não tivemos. Mas a experiência mostra que a frustração é importante para o desenvolvimento da inteligência emocional da criança e para o enfrentamento dos desafios futuros. Impor limites e ponderar sobre o que pode ser atendido ou negado vai ajudar na construção da personalidade dos seus filhos. Existem outras formas de você atender às necessidades deles e manter a conexão entre vocês.
Se precisar de apoio, fale comigo, porque posso te ajudar com a abordagem da educação positiva.
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Não escolhemos a forma como fomos educados, mas podemos decidir como vamos educar nossos filhos. E você, qual a sua escolha?
Obrigada, um abraço e até o próximo artigo!
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