Muitos pais se mantêm presos aos antigos modelos de educação, usando frases do tipo: “aqui na minha casa quem manda sou eu” ou ainda, ”enquanto estiver sob o meu teto, terá que fazer o que eu mando”. Contudo, não percebem que esse tipo de atitude não educa. Pelo contrário, só afasta a criança. Os filhos passam a temer seus pais, em vez de respeitar. Se você usa esse discurso com seus filhos... cuidado! Você pode estar sofrendo dessa síndrome e não perceber, gerando a ilusão de que tudo está sob controle e acontecendo do jeito que você deseja.
Esse comportamento reflete o que chamamos de parentalidade autoritária, que é um estilo de educação no qual não há diálogo, que acredita na força, na violência e no grito. Nesse discurso não há o que chamamos de relação parental. Na verdade, o que acontece é a opressão e a submissão por parte dos filhos e acato às ordens dadas pelos pais.
Nesse formato, não é permitida a reflexão sobre temas ou problemas que incomodam o sistema familiar ou contrariam a vontade dos pais, faltando espaço para conversas e discussões abertas sobre assuntos ou questões dentro da família. Equivocadamente, os pais usam o “poder” de serem pais e não da autoridade que lhes compete.
Nessa linha, a criança não tem o direito de expressar suas emoções e necessidades, sendo obrigada a se calar e omitir seus sentimentos. Ao mesmo tempo, os pais atuam com uso da força verbal e com atitudes autoritárias e desrespeitosas perante a criança. Além disso, o uso da síndrome do pequeno poder gera alguns transtornos, provocando medo de se arriscar, ansiedade, insegurança e uma criança com uma inteligência emocional limitada.
Especialistas afirmam que crianças educadas no modelo autoritário se tornam adultos reprimidos, provocando disfuncionalidade nas suas relações e fragilidade aos desafios na vida, devido ao receio de se expor.
A regra de comunicação por meio do poder é a do cumprimento da ordem e do uso da barganha, como por exemplo:
Coma tudo agora ou não vai assistir desenho
Vai estudar, se não vou te colocar de castigo
Desligue isso agora, se não, proibirei você de jogar
Esse padrão equivocado de comportamento adotado pelos pais pode ser herdado pelas crenças e pela educação que receberam, porém é possível alterar essa forma de agir, pois não há obrigatoriedade de se manter uma atitude que não funciona. Por isso, vale uma autoavaliação para identificar se há a necessidade de algum ajuste.
Hoje em dia, com todos os canais abertos para a comunicação e o diálogo, os pais podem sim romper esse modelo e criar relações saudáveis com seus filhos, baseadas em respeito mútuo e confiança.
A relação por meio do diálogo é o melhor elo que os pais podem consolidar com seus filhos.
Eu aproveito e convido você a refletir sobre seu discurso e sobre a relação aos seus filhos. Sempre há tempo para mudar e adotar práticas mais afetivas e conscientes.
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Não escolhemos a forma como fomos educados, mas podemos decidir como vamos educar nossos filhos. E aí, qual a sua escolha?
Obrigada, um abraço e até o próximo post!
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