Você sabia que os rótulos existem para produtos e não para pessoas? A gente não percebe, é claro! Mas o meu papel aqui é alertar você sobre os possíveis riscos em adotar os rótulos com as pessoas e, principalmente, com seus filhos.
Sim pais! Muita atenção ao usar rótulos, porque os rótulos são afirmações que podem aprisionar a criança na infância e se manter durante a fase adulta e, às vezes, para sempre.
Em geral, quando pensamos em rótulos, automaticamente, somos direcionados aos aspectos negativos.
Mas, eu tenho uma notícia pra te dar! Isso não funciona bem assim porque, na verdade, os rótulos podem ser usados tanto para ressaltar o bom quanto o mal comportamento.
E mesmo quando usamos os rótulos para indicar uma qualidade, isso pode ser uma armadilha.
Como assim? Vou explicar melhor.
Por exemplo, quando os pais insistem em usar adjetivos tanto positivos quanto negativos, o cérebro da criança registra essa informação e acredita, verdadeiramente, que a criança precisa assumir o referido rótulo e se comportar como tal.
Na infância, as crianças estabelecem uma crença na qual acreditam ser a correta e passam a agir de acordo com o que é “esperado” delas.
Assim, durante o processo de aprendizado, a criança vai construindo e solidificando suas crenças e valores, baseada no que lhe é transmitido pelos pais ou cuidadores. Por esse motivo meus queridos, é preciso cautela com as atitudes e, principalmente, com as palavras e afirmações que são ditas às crianças.
A neurociência explica que até os 7 anos de idade, a criança vai formando a base da sua pirâmide emocional, o que significa que esse período é crucial, para a consolidação da personalidade dos pequenos. É claro que fatores genéticos interferem nessa construção, mas a ação do meio onde a criança é educada tem papel importante. A partir dessa idade, a criança começa, então, a aplicar habilidades cognitivas que permitem suas escolhas, com base nesse alicerce emocional já foi construído.
Eu já expliquei e vou relembrar que a criança funciona como uma “esponja”, absorvendo não só aquilo que é dito pelos pais, mas também seus comportamentos e exemplos.
É difícil, eu sei. Quantas vezes, estamos cansados, estressados e perdemos a paciência com nossos filhos. Nem sempre, a gente percebe que está atingindo em cheio a autoestima deles. Chegamos a fazer comentários sem notar que o ouvido das crianças é bem mais apurado, quando se refere a nossa fala. Portanto, cuide para não engessar seus filhos com rótulos, usando palavras ou mesmo repetindo discursos.
Mas como eu estava explicando, os rótulos positivos, também, correm o risco de provocar um efeito negativo. É tipo uma pegadinha.
Rotular seu filho em excesso com palavras de elogio pode criar uma imagem que, de fato, não existe. A criança entende que ela não tem o direito de se comportar de outra maneira que não seja igual ao rótulo imposto.
Dentro desse cenário, a criança assume que precisa “dar conta” e atender a todas as expectativas dos pais e, portanto, não se permite falhas ou erros. E é aí que caímos na armadilha, porque a criança começa um processo de cobrança interno e atingimento da perfeição, onde não há espaço para a frustração e, consequentemente, para o aprendizado. É muita pressão psicológica!
Usar rótulos positivos para nossos filhos pode parecer inofensivo e até mexe com a nossa vaidade. Quer um exemplo? Falar coisas do tipo:
“ah, meu filho é o melhor da classe”, “minha filha é a mais inteligente entre as amiguinhas...”
Essas frases fazem com que a gente sinta um falso orgulho e, em muitas situações, os filhos adotam comportamentos impostos pelos rótulos recebidos, porque não conseguem expressar que não se reconhecem ou não atendem às expectativas geradas pelos próprios pais, mas cada pessoa gente é única e diferente.
Eu costumo dizer que podemos criar plantas e animais, que é muito fácil. É só manter os cuidados básicos como molhar e dar ração, mas educar dá trabalho e é um processo lento e contínuo. Não é uma tarefa que se faz em um final de semana e pronto! É sim um desafio diário e customizado. Por isso, eu digo que não há fórmula mágica!
Se eu pudesse dar uma dica pra você seria. Eduque seus filhos fora do senso comum e não os compare a outras crianças. Respeite a individualidade deles e a sua também.
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Não escolhemos a forma como fomos educados, mas podemos decidir como vamos educar nossos filhos. E você, qual a sua escolha?
Obrigada, um abraço e até o próximo artigo!
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