Sabia que as emoções dos seus filhos fazem parte da memória afetiva deles? Que as emoções podem impactar, diretamente, as lembranças dos seus filhos e até apagar alguns registros da infância?
Pois é. A gente vai vivendo e não presta atenção na construção da memória das crianças e não percebe que alguns acontecimentos podem marcar a história da vida dos nossos filhos. Mas calma pais! Se você quer entender melhor como tudo isso funciona, chegou ao lugar certo! Vamos falar sobre como o cérebro infantil funciona e como armazena os acontecimentos que se tornam memórias negativas ou positivas.
Todos nós já perdemos o controle das emoções em algum momento, não é mesmo? Seja por uma situação nova ou estressante que provoque instabilidade emocional. E isso pode acontecer com qualquer um e é totalmente normal! Por isso, é delicado exigir que a criança saiba controlar suas emoções e se expressar de uma forma tranquila e objetiva, porque ela, ainda, está em desenvolvimento.
Já expliquei em outros artigos que a neurociência afirma que o desenvolvimento do cérebro vai até os 21 a 24 anos, aproximadamente. Mas cá pra nós. Se, às vezes, você tem dificuldade em se controlar, imagina uma criança?
Muitas podem ficar nervosas, inseguras ou estressadas, quando algo de novo está pra chegar ou quando têm que lidar com alguma situação diferente ou inesperada. E isso se dá, porque a habilidade de lidar com as emoções envolve uma parte do cérebro que chamamos de sistema límbico, que é a área do cérebro responsável pelas emoções. Além disso, o neocórtex, outra área do cérebro responsável pela razão, maturidade e autogestão, não está totalmente desenvolvido. E tudo isso, junto e misturado, provoca um turbilhão de emoções e confusão na mente dos pequenos. Por esses e por outros motivos, é importante que os pais acolham as emoções dos seus filhos e os apoiem, durante esse processo de desenvolvimento e aprendizado que é desafiador.
Você conhece algum adulto totalmente centrado e que mantém completo domínio das suas emoções? Difícil né? E está tudo bem, porque não há a obrigação de ser “perfeito ou certinho”, porque não somos máquinas e nem as crianças, robôs mirins.
Nesse sentido, cabe aos pais analisarem a situação e refletirem sobre suas atitudes e comportamentos. Portanto, gritar, brigar ou promover discussões com os filhos ou entre seus pares não irão facilitar a relação nem tão pouco trazer soluções para as questões do dia a dia.
O fato da criança chorar muito, por exemplo, não significa que ela esteja fazendo uma simples pirraça ou birra. Pode estar querendo dizer que algo trouxe um desconforto tão grande que a fez chorar compulsivamente. Lembra que falei em outros artigos que essa é uma das maneiras de comunicação da criança, já que ela ainda não consegue verbalizar tudo que sente. Portanto, pais estejam atentos aos comportamentos de seus filhos pois podem ser reflexos de emoções e sentimentos contidos. A atenção deve ser mantida, independente, da idade, porque os comportamentos variam de acordo com cada fase em que seu filho se encontra.
É importante perceber e entender que o sistema familiar é a engrenagem que move as relações dentro da família. Ou seja, pais agressivos, provavelmente, terão que lidar com filhos briguentos ou arrogantes. Casais que brigam por tudo, quase sempre, vão conviver com crianças inseguras ou com medo de falar. Já filhos educados com respeito e amorosidade terão mais chances de se tornar adultos mais equilibrados e felizes.
A melhor forma dos pais evitarem esse cenário é manter o autocontrole e gerir suas emoções. Se você se estressa muito e perde as rédeas facilmente, cuidado, porque você pode estar percorrendo um caminho tortuoso e que pode não ter volta. O investimento pra fazer esse ajuste de rota vai ser bem elevado!
No artigo sobre Comunicação Não Violenta na família, falo sobre como a forma de se comunicar impacta as emoções e as relações dentro de casa. Acho uma boa você ler.
Praticar atividades físicas, reservar um tempo só para você, garantir um momento especial para o casal, buscar alternativas, para diversificar sua rotina e quebrar os padrões são oportunidades, para desacelerar e manter o equilíbrio emocional e que vão impactar, positivamente, a memória afetiva dos seus filhos.
Mantenha o diálogo, usando uma comunicação amorosa. Seus filhos vão agradecer muito e sentirão que você estará preparado para apoiá-los em qualquer situação. O importante é saber que pais equilibrados terão condições de atender suas próprias necessidades e, consequentemente, as dos seus filhos, construindo a base das memórias infantis.
Sempre digo que não escolhemos a forma como fomos educados, mas podemos decidir como vamos agir com nossos filhos. E você, qual será a sua escolha?
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Um abraço e até o próximo artigo!
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